
As uvas são ricas em antioxidantes naturais, sendo o resveratrol o mais conhecido, presente principalmente na casca e nas sementes. Como antioxidante, o resveratrol ajuda a neutralizar os radicais livres, contribuindo para a prevenção do envelhecimento precoce e de danos ao DNA. Atua também como anti-inflamatório natural, sendo útil em casos de obesidade, síndrome metabólica (como resistência à insulina) e em doenças cardiovasculares, ao auxiliar no metabolismo da glicose e da insulina, além de oferecer proteção hepática contra a esteatose. Seu efeito cardioprotetor se deve ao aumento da produção de óxido nítrico, promovendo vasodilatação e redução da agregação plaquetária, o que confere um leve efeito antitrombótico. No sistema nervoso, protege os neurônios contra a degeneração e é estudado na prevenção de doenças como Alzheimer e Parkinson. Além disso, pesquisas indicam seu potencial antitumoral.
O resveratrol também ativa as sirtuínas (especialmente a SIRT1), proteínas que regulam genes relacionados à sobrevivência celular e ao envelhecimento saudável.
Quando consumida com casca, a uva também exerce efeitos positivos sobre a saúde intestinal. Rica em fibras e compostos bioativos como resveratrol e quercetina, ela atua como prebiótico, favorecendo o crescimento de bactérias benéficas da microbiota, como Lactobacillus e Bifidobacterium. Esses efeitos contribuem para o equilíbrio da flora intestinal, fortalecem a barreira de proteção do intestino e modulam a imunidade. Os polifenóis da uva também apresentam ação anti-inflamatória local, podendo aliviar sintomas associados à síndrome do intestino irritável e à inflamação de baixo grau. Suas fibras ainda favorecem o trânsito intestinal e previnem a constipação. Durante a fermentação dessas fibras, são produzidos ácidos graxos de cadeia curta (como o butirato), que nutrem as células intestinais e reforçam a integridade da mucosa. Assim, a uva se destaca como um alimento funcional que promove o equilíbrio intestinal e o bom funcionamento do sistema imune.
Além disso, a uva é fonte de diversas vitaminas importantes para o organismo. Destaca-se pela presença de vitamina C, que atua como antioxidante e fortalece o sistema imune, e de vitamina K, essencial para a coagulação sanguínea e a saúde óssea, especialmente nas variedades roxas. Também fornece pequenas quantidades de vitaminas do complexo B (como B1, B2, B3, B6 e folato), que participam do metabolismo energético e da função neurológica, além de uma pequena quantidade de vitamina E, com ação antioxidante e protetora celular.
A uva também apresenta um leve efeito diurético natural, devido ao seu alto teor de água (cerca de 80%), à presença de potássio e à quantidade mínima de sódio. Esse equilíbrio favorece a eliminação de líquidos e contribui para a regulação da pressão arterial, já que o potássio auxilia no controle dos fluidos corporais e na excreção de sódio pela urina. Esses fatores tornam a uva uma boa aliada na redução da retenção hídrica de forma leve e natural.

Apesar de naturalmente doce, a uva pode ser consumida com moderação por pessoas com diabetes, especialmente na forma fresca e com casca, que contém fibras e antioxidantes como o resveratrol, capazes de melhorar a sensibilidade à insulina, reduzir a inflamação e proteger contra complicações cardiovasculares. Com índice glicêmico moderado, seu consumo em porções controladas — cerca de 10 a 15 unidades médias (aproximadamente 80 a 100g) — pode contribuir para o controle glicêmico, especialmente quando associada a fontes de fibras, gorduras boas ou proteínas, evitando picos de glicose no sangue.
As proantocianidinas da uva (também chamadas de taninos condensados), presentes principalmente nas sementes e na casca, têm ação antioxidante e anti-inflamatória intensa, protegendo as células contra o envelhecimento precoce e os danos oxidativos. Contribuem para a saúde cardiovascular ao melhorar a função dos vasos sanguíneos, reduzir a oxidação do LDL e auxiliar no controle da pressão arterial. Também oferecem benefícios à pele, protegendo contra danos solares e auxiliando na manutenção da elasticidade, além de apresentarem efeitos neuroprotetores e circulatórios, fortalecendo capilares e reduzindo edemas. Estudos ainda mostram que as proantocianidinas podem contribuir para o controle glicêmico, ao melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir a absorção intestinal da glicose.

Por fim, a porção diária ideal de uva para a maioria das pessoas gira em torno de 10 a 15 unidades médias, oferecendo antioxidantes, fibras e vitaminas sem excessos de frutose. Entretanto, em pessoas com síndrome do intestino irritável, que apresentam maior sensibilidade a carboidratos fermentáveis como a frutose (FODMAPs), recomenda-se limitar o consumo a até 6 unidades (cerca de 30g), especialmente durante a fase de eliminação da dieta low FODMAP, para evitar fermentação intestinal e sintomas como distensão, gases e desconforto abdominal.
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Dr. Paulo S F Guimarães – Médico Nutrólogo
Emagrecimento – Performance – Longevidade
Mestre em Cirurgia | Doutor em Fisiologia
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